CONSERVAÇÃO EM “HOTSPOTS” DE BIODIVERSIDADE – O CASO MATA ATLÂNTICA

CONSERVAÇÃO EM “HOTSPOTS” DE BIODIVERSIDADE – O CASO MATA ATLÂNTICA

Hotspots

O termo “hotspot” foi criado por Norman Myers em 1988, com objetivo de salvar a biodiversidade mais ameaçada da Terra. A organização Conservation International (CI) vem usando como principal diretriz esse conceito para orientar estratégias de proteção e conservação da natureza.

Os “hotspots”  de biodiversidade são áreas do globo com concentrações excepcionais de espécies endêmicas e preocupante perda de habitats, portanto com alto grau de ameaça. Com base em tais critérios foram identificadas, em 2000, 25 áreas consideradas “hotspots” e mais recentemente 34 regiões com essas características, dentre elas os biomas brasileiros Cerrado e a Mata Atlântica.

No link https://www.youtube.com/watch?v=ZQJNIC0V_FY  produzido pela CI você pode conhecer um pouco mais sobre os 34 hotspots de biodiversidade do nosso planeta.

Mata Atlântica

A Mata Atlântica é formada por um conjunto de formações florestais e ecossistemas associados como as restingas, manguezais e campos de altitude. Neste Bioma a flora é constituída de aproximadamente de 20.000 espécies vegetais, onde 8 mil espécies são endêmicas. A fauna também apresenta grande biodiversidade, onde o endemismo ocorre em 523 destas espécies. Entre um dos animais endêmicos da Mata Atlântica está o mico leão dourado e o bugio.

Mico Leão Dourado: Espécie endêmica da Mata Atlântica 

A cobertura da Mata Atlântica inicial era de cerca de 1.300.000 Km² de vegetação, restando no ano de 2014 apenas 12,5% dessa cobertura inicial, como mostra a imagem  a seguir: 

Cobertura da Mata Atlântica no Brasil ao longo dos anos

Segundo a CI a Mata Atlântica é considerada um dos dez “hotspots” prioritários para conservação de biodiversidade do mundo, visto que apresenta mais de 70% de sua área em situação de risco. Este cenário se dá principalmente por conta da ação humana já que aproximadamente 123 milhões de pessoas vivem na área da Mata Atlântica, em 3.410 municípios, o equivalente a 67% da população do País todo. Entre as principais causas da destruição da Mata Atlântica estão a exploração predatória de madeira e espécies vegetais (como o pau-brasil), a agricultura (como o cultivo de cana-de-açúcar e café), a pecuária, as atividades de extração de minério e ouro, a industrialização, que vêm ocasionando poluição e expansão urbana desordenada.

Estratégias para Conservação

No ano de 2006 foi publicada a Lei da Mata Atlântica – Lei 11.428 em que tem por objetivos: a manutenção e a recuperação da biodiversidade, vegetação, fauna e regime hídrico do Bioma Mata Atlântica para as presentes e futuras gerações; o estímulo à pesquisa, à difusão de tecnologias de manejo sustentável da vegetação e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de recuperação e manutenção dos ecossistemas; o fomento de atividades públicas e privadas compatíveis com a manutenção do equilíbrio ecológico e o disciplinamento da ocupação rural e urbana, de forma a harmonizar o crescimento econômico com a manutenção do equilíbrio ecológico. No entanto esta lei  foi suplantada pela reforma do Código Florestal (2012), que diminuiu as áreas a
serem recuperadas pelos proprietários de terra.

Em 2009 lançou-se o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, movimento composto por organizações da sociedade civil, governos, empresas e centros de pesquisa, visando além da recuperação da cobertura florestal, a conservação da biodiversidade, geração de trabalho e renda, adequação ambiental e regularização da produção agropecuária. O interesse do setor privado é essencial para conservação, visto que a Mata atlântica abriga 2/3 da atividade industrial do país, a partir disto foi lançado o “Diálogo Florestal” que reuniu organizações ambientalistas e empresas privadas do setor florestal com o objetivo de ampliar práticas sustentáveis e conservação ambiental

Uma das estratégias mais recente foi a carta “Nova História para a Mata Atlântica”, onde em 2016 todos os Estados que fazem parte da Mata Atlântica se comprometeram a extinguir o desmatamento ilegal até 2018, além de aumentar investimentos para a recuperação e conservação da floresta.

A Grande Crítica

O termo criado pela CI ( “hotspots”) sofre grandes críticas pelo fato da área precisar ter menos de 70% de cobertura vegetal original para ser considerado hotspot”, ou seja, a área chega a um estado crítico e com diversas espécies extintas, o que dificulta a recuperação do bioma.

É necessário repensar a forma de exploração da biodiversidade brasileira de modo que não se chegue ao estado considerado “Hotspot” para que alguma ação seja tomada. Políticas públicas e envolvimento da população são essenciais para conservação da Mata Atlântica, garantindo assim a continuidade dos serviços ecossistêmicos oferecidos por esse bioma.

Autoras:

Marina Lima de Meira, Daniella Emy Uehara, Ewelyn Rodrigues de Paula, Letícia Araújo de Mattos.

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