Ambiente Marinho em Perigo
Devido a grande exploração e ao alto consumo “insustentável” dos recursos naturais, os impactos ambientais gerados pelas ações antrópicas têm se tornado um dos maiores desafios nos dias atuais. Tais atitudes refletem impactos negativos nos diversos biomas inclusive o Ambiente Marinho. Dentre os impactos está a poluição por resíduos plásticos.
Estima- se que cerca de 12 milhões de toneladas de materiais oriundo de plásticos cheguem aos oceanos anualmente. Entre os resíduos plásticos identificados no mar, podemos destacar os famosos “canudinhos “ descartáveis feitos de Polipropileno (PP) e Poliestireno (PS) provenientes do petróleo. Somente nos Estados Unidos são usados e descartados diariamente 500 milhões de canudos. Além de não serem biodegradáveis, ou seja, demoram aproximadamente 400 anos para de decompor na natureza, os canudinhos apresentam uma vida útil que varia de 5 a 10 minutos dependendo do seu uso. Isso mesmo! De 5 a 10 minutos é o tempo estimado para você tomar o seu refrigerante ou suco”.
Impactos dos Plásticos nos Oceanos
Ao chegar nos oceanos, independentemente do tamanho, esses resíduos plásticos podem afetar as funções vitais das espécies marinhas ou daquelas que dependem do meio aquático para sobreviver. Os agravos vão desde um bloqueio da passagem de luz para os seres fotossintetizantes até a obstrução do trato digestório ou vias áreas, provocando a morte dos animais que frequentemente ingerem esses resíduos confundindo-os com alimentos.
Além dos danos ao meio ambiente, a poluição por resíduos plásticos nos oceanos pode também prejudicar também a nossa saúde. Plânctons e pequenos crustáceos se alimentam dos microplásticos (partículas de plásticos entre 1 a 5 milímetros), se intoxicam, e, consequentemente, fazem o mesmo ao serem comidos por pequenos peixes. O processo vai se repetindo até chegar aos grandes peixes, como o atum, e, finalmente ao próprio ser humano
Ações de prevenção
Para que a poluição dos oceanos por meio dos resíduos plásticos diminua é necessário que ações de saneamento e planejamento urbano sejam colocadas em prática. Uma delas é o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305 de 2010) que coloca como prioridade a não geração, redução e reciclagem dos resíduos. Além disso, uma correta coleta e destinação dos resíduos para aterros sanitários reduziria satisfatoriamente a poluição marinha.
Também não podemos deixar de citar a sensibilização da sociedade por meio de campanhas educativas e até mesmo a aplicação de multas pelo descumprimento de regras voltadas ao uso e descarte de plásticos.
Fim dos canudinhos plásticos
Alguns países já baniram a utilização dos canudos plásticos para minimizar os impactos gerados, como por exemplo, o Reino Unido. Já aqui no Brasil, temos o exemplo do Estado do Rio de Janeiro que em 05 de julho de 2018 sancionou a lei que proíbe a distribuição de canudinhos plásticos em estabelecimentos como bares, restaurantes, lanchonetes e quiosques. Esta lei obriga os estabelecimentos usar e fornecer a seus clientes apenas canudos de papel biodegradável e/ou reciclável individualmente e hermeticamente embalados com material semelhante. Caso o estabelecimento comercial descumpra, será multado em torno R$3 mil reais.
Outra opção para substituir o uso deste material seria a utilização de canudos comestíveis, canudos de papéis, canudos de vidro ou metal que são reutilizáveis e os modelos de canudos compostáveis naturais proveniente da plantação de trigo, que levam um menor tempo para a sua degradação.
Sobretudo é necessário que haja uma mudança de postura quanto ao consumo e forma de descarte de nossos resíduos. É preciso que se tenha entendimento das consequências ambientais, econômicas e sociais da poluição dos oceanos para que tomemos atitudes eficientes e que garantam a sustentabilidade das próximas gerações
